segunda-feira, 29 de março de 2010

Aquele velho DNA...

Algumas pessoas são passageiras e deixam marcas profundas, um ótimo exemplo é meu melhor amigo, atualmente bem ausente, que conheci no meu primeiro ano...Lá na reta final.
Era uma sexta-feira ensolarada, eu tinha me aproximado de algumas pessoas por causa de uma paixonite idiota, estávamos em frente a cantina de meu antigo colégio e todos o chamavam de "emo", sempre achei esse termo pejorativo demais, fui perguntar o nome dele e ele me respondeu com um sorriso sincero, nos tornamos colegas.
Duas semanas depois teve a nossa última feira de ciências, o que salvou meu primeiro ano e não ajudou muito o meu colega...No meio da feira, ele estava sentado em um canto, ouvindo música e com cara de miserável, fui conversar com ele:
- Caramba, achei que era exagero esse treco de emo!
Ele tirou o fone e me olhou, rindo.
- É...Esses caras enchem o saco!
- Posso sentar?
- Claro, senta aí!
- Estava ouvindo o que?
- Milonga, da Fresno, você curte?
- Nossa...Você é emo mesmo...CURTO PRA CARALHO!
Ficamos rindo e conversando sobre nosso ano praticamente perdido, nada nos trouxe arrependimento, ele estava com a namorada perfeita, eu estava apaixonadinha pelo ex dela, continuamos conversando até o fim da feira.
Uma semana depois, descobrimos que estávamos de recuperação, uma segunda chance...Várias manhãs no shopping rindo e zoando com quem passava. Esse foi o início de nossa amizade, e eu nem sabia que estava ajudando a distrair-lo do ciúmes que sentia porque a namorada estava viajando.
Mal sabia ele que estava salvando minha sanidade, e quando vi que ele repetiu, em uma manhã que ele estava tranquilo tocando violão, senti como se tivesse repetido junto com ele, foi aí que nossos caminhos tomaram rumos diferentes.
Hoje, o Nando está no segundo ano (finalmente!), faz curso técnico de química e se da bem nisso, ainda namora a mesma garota de quando nos conhecemos e não está mais na banda que ele gostava tanto, por falta de tempo. Quando da, a gente se fala...Quando não, a gente tem as memórias...muito boas...De todos aqueles cabelos no chão.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Possuir.

Eu tenho um monstro dentro de mim.
Feio, dentuço, revoltado, quer o amor de todos para ele, quer conquistar e manter...Mas não gosta de ser chamado de feio, é um monstrinho muito lindo que só quer amar e se sentir amado.
Muitas vezes eu consigo controlar-lo, respiro fundo e digo para se acalmar, ainda não é hora de colocar suas garras pra fora, o dia pode nem chegar! É aí que ele se retrai em uma bola e adormece...
As vezes, acorda assustado e pede carinho, começa com manha e não tem ninguém por perto, é quando meu monstrinho gruda em alguém e não sai de lá até ter sugado todo o carinho...Se o monstrinho não ama, joga fora, se ama...Continua grudando...
Até o dia em que o hospedeiro deste monstrinho parasita decide se soltar, é quando meu monstrinho mostra os dentes, as garras e começa a ficar bravo "MEU CARINHO, MEU!". Ele é revoltado novamente, feio, dentuço e quer tudo pra ele.
- A partir daí, todas as atitudes são minhas.

domingo, 21 de março de 2010

Agora.

Encarei o espelho e gostei do que vi, a sombra única que se  projetava da luz refletida, ela sorriu pra mim e seus olhos já não eram mais pretos, foram mudando de cor conforme o tempo.
A porta da frente se abriu para expulsar quem ali habitava e não valorizava o imóvel, não havia hipoteca que pagasse, não havia sentimento o bastante, apenas história.
Ao meu redor eram aquelas paredes brancas, marcadas por sombras de quem já residiu ali, talvez uma explosão de bomba atômica tatuou eles no branco. Não sabia dos outros, só queria saber de mim.
No chão existiam milhares de marcas de pé, mas apenas a minha projeção no espelho, havia luz e a porta ainda estava aberta, para quem quisesse preencher a imagem da perfeição.

sábado, 20 de março de 2010

Gostava tanto...


Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...
Você marcou na minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...

domingo, 14 de março de 2010

Light a Romantic Candle with me.

Existem escolhas que mudam nossas vidas, nos separamos de coisas que nem imaginávamos e concordamos em tomar novos rumos.
Então a partir de agora estamos sozinhos, prontos para ter alguém para nos acompanhar, mesmo que não queiramos.
Acenda uma vela comigo e deixemos esses dias mais felizes, vamos correr e passar mais tardes no parque, viver o real, sorrir mais! Contemplar os arco íris, rir da chuva e olhar o lago de mãos dadas. Acenda estas velas comigo.
Somos novos, temos um cheiro bom e nada mais nos impedem, portanto apenas sente um pouco comigo, acenda uma vela, encontre um vinho e seremos felizes, até a próxima quebra, o próximo passo.
Acenda uma vela romântica comigo. Apenas uma.


sábado, 13 de março de 2010

Parece.

Te parece que sou assim, fácil de cair. Colocam-me em uma corda bamba e esperam que eu ande tranquilamente, fechando os olhos e acreditando que o melhor para mim está na insegurança de ter um medo eterno de cair, sem ninguém em baixo pra me segurar.
Me parecia que tudo ia se resolver, que você traria alguma luz, e os sorrisos seriam eternos, entretanto a iluminação local foi insatisfatória, caio na espera novamente.
Ele não aparece se eu o chamo, as nessecidades estão invertidas então, é apenas um passatempo, um tira gosto, um 'estou sem nada para fazer'. É descaso ou distração?
A nós parece que as minhas lutas são em vão e que a minha lua só é iluminada quando o astro certo está por perto.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ampulheta.


Abriu as asas e partiu no mar além do horizonte congelado, quente e incerto, de correntezas vorazes, voou na água escura e nadou nos céus coloridos, aproveitando as chuvas que vinham da terra...Voou.
Um lenço branco deu a partida da vida que não era vivida, deu a largada para a corrida de órgãos e fez o mundo girar ao contrário, passamos todos a viver de ponta cabeça.
E em algum lugar, muito longe alguém lamenta as decisões tomadas, vivendo uma vida negra com pontos claros, mas sem iluminação.
Voaremos.

terça-feira, 9 de março de 2010

Dificuldades.

As pessoas acham que um dia, você magicamente chega onde queria estar, sem suor, lágrimas e porradas para chegar, além das cabeçadas nos muros que a vida impõe. Forte é quem sabe driblar, fazer dos muros gigantes, meros obstáculos e vive com a cara a tapa, pra bater, não cheguei onde queria ainda, mas garanto que cada dia meu caminho está mais aqui, mesmo com porradas e sangue, ele está.

segunda-feira, 8 de março de 2010

365 dias.

8 de março de 2009.
Tarde de domingo ensolarada, show da fresno no estância e eu não pude ir, rendi-me ao tédio e a insistência e tomei a atitude que mudou meu ano inteiro.
Enquanto todo mundo comemora um dia no qual eu não acredito, eu comemoro aqui algo que só existe no meu coração e talvez alguém, em algum lugar acordou e pensou "Oito de março...Um ano."

domingo, 7 de março de 2010

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
 Clarice Lispector.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Dialoge.


Não percebe que quando fala do passado, toca em uma ferida gigantesca que eu escondo com toalhas de mesa bordadas de coração. Se tenho sentimentos, mostro através de meus sorrisos, nunca mais das lágrimas que eu sei que tanto te ferem.
Entretanto, sei que as minhas palavras, mesmo quando muito bem escolhidas, tocam na ferida que você luta por ocultar, é o sorriso pra esconder uma lágrima enquanto eu penso que a simples memória de uma data está te trazendo algo que há muito tempo perdi.
Me arrependo todos os dias do que eu disse, e ao mesmo tempo sei que pode ficar pior, nunca tinha visto minha vida deste ângulo, mas muitas vezes eu sinto um nó na garganta e a vontade de pedir pra você voltar pra mim. As emoções são todas tão fortes na sua presença que faz eu me sentir como se no resto da semana eu tivesse sido catatônica.
Viver agora, é ter flashes de uma vida 'normal', observando a minha que foi modificada.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Não é que é mesmo?

Hoje aconteceu algo engraçado comigo durante a aula de matemática, um colega que geralmente senta-se ao meu lado interrompeu meu devaneio durante uma aula dizendo:
- Não é?
- É! - respondi automaticamente, ele me olhou e disse inconformado.
- Está vendo como você é ingênua? Eu apenas te perguntei "Não é"? E você respondeu "É", assim, na lata?! - Eu olhei espantada pra ele - E se eu estivesse dizendo "A Larissa é uma idiota estranha, você responderia é?".
Encarei ele e dei risada, "falaria é sim, porque eu sei que sou".
- Não, você não é! Por que se preocupa com a Opinião dos outros? Você tem seu próprio cérebro e pode fazer o que quiser com ele, você tem que tomar as suas decisões, e foda-se os outros!
- É!
- Não é?
- É!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Distância.

distância
(latim distantia, -ae)
s. f.
1. Intervalo entre dois pontos, dois lugares, doisobjectos!.
2. Afastamento.
3. Grande diferença. = desproporção
4. Período de tempo que medeia entre dois factos, duas ocasiões ou épocas.
5. Fig. Diferença entre categorias sociais.


Sinto a semana passar com a velocidade de um eletron orbitando ao redor de seu núcleo, as horas correm desenfreadas, desembestadas enquanto o dia parece levar uma eternidade para chegar, se hoje o tempo é relativo, fica bem claro que não há nada mais a perder nessa vida. E me diz, o que eu posso ganhar?
Um abraço de meu amante, trazendo conforto e segurança está na distância atravessada apenas por automóveis ou aviões, cada centímetro de chão marca um pedaço da extensão da saudade que fica entre eu e ele quando nos despedimos, sem beijos, sem abraços.
Ficamos, nós dois, a mercê do tempo, da boa vontade, das preces que fazemos ao dormir e acordar de que a vida do outro seja melhor, que um novo núcleo seja orbitado, mesmo quando queremos acima de tudo que o único núcleo existente seja o nosso.
Passaremos essa vida por enquanto assim, sem um núcleo próximo, esperando o tempo passar e arrancando vida do chão e do ar que está a nos separar.

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