domingo, 21 de março de 2010

Agora.

Encarei o espelho e gostei do que vi, a sombra única que se  projetava da luz refletida, ela sorriu pra mim e seus olhos já não eram mais pretos, foram mudando de cor conforme o tempo.
A porta da frente se abriu para expulsar quem ali habitava e não valorizava o imóvel, não havia hipoteca que pagasse, não havia sentimento o bastante, apenas história.
Ao meu redor eram aquelas paredes brancas, marcadas por sombras de quem já residiu ali, talvez uma explosão de bomba atômica tatuou eles no branco. Não sabia dos outros, só queria saber de mim.
No chão existiam milhares de marcas de pé, mas apenas a minha projeção no espelho, havia luz e a porta ainda estava aberta, para quem quisesse preencher a imagem da perfeição.

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