quarta-feira, 30 de junho de 2010

Nada.

Não saber o porquê das coisas pode ser um grande passo para viver, pelo menos eu espero que seja assim pois acredito nisso.Acredito quando acordo de manhã e me pergunto porque as coisas não são exatamente do jeito que eu queria, procuro a resposta deixando meu coração na ponta de um lápis, em um caderno sem linhas e sem margens...Não encontro, mas deixo as perguntas lá, num paradoxo entre prisão e liberdade, minhas palavras ficam presas no papel, mas soltas pela inexistência dos limites (linhas e margens), elas não me dão respostas, mas me dão o que pensar.
Acho chique esse negócio de tecnologia, teclar e ver tudo milagrosamente em uma tela, apesar de gostar bem mais da minha máquina de escrever, aposentada porque não encontro a fita para as letras aparecerem na sequência que eu quero, as vezes digito nela só para sentir o arrepio de ter palavras desaparecidas, elas estão ali, mas não posso ver, sem os caracteres e as milhares opções de fontes.
Ultimamente as palavras fogem de mim e eu não corro atrás delas, mas gostaria que elas aparecessem, talvez o problema não seja as palavras, talvez seja o assunto. Sou do tipo que fala muito de amor, mas não acredito mais nele, o amor nessa sociedade individualista e egoísta está com problemas, mas eu sinto falta dele e ele não sente falta de mim, então me bloqueia da criatividade que ele me trás e eu acabo onde estou agora, tagarelando sobre nada.
Mas se o tal do amor quiser aparecer pra me ajudar de novo, já passou da hora.

sábado, 19 de junho de 2010

Olhos.

Os olhos embaçados de lágrimas acusavam o arrependimento de ter feito uma manobra diferente, aqueles olhos  não repararam no homem atravessando a rua.
Olhos castanhos que estavam ocupados demais para notar os esverdeados que a encarava enquanto ela acelerava sem dó para fugir da dor.
Foi tudo muito rápido, notou, bateu, caiu.
Tentou fugir, a adrenalina não deixou, caiu e não respirou mais.
Não era ela que tinha a cabeça ensaguentada, a boca escancarada e os membros em ângulos estranhos, ela não foi lançada longe por uma moto.
Mas reconheceu.

sábado, 12 de junho de 2010

CE-JP/J.A.

Quando tu vais embora, eu fico aqui te esperando e quando tu volta, me transporto pra tua casa e posso ouvir o alívio deles pela tua volta, meu coração acelera e quero finalmente te abraçar, mas não posso...São dois mil setecentos e setenta quilômetros.
O calor da tua volta, me traz o ar fresco e a vontade de estar contigo pra sempre, renasce o sentimento e assim renasce eu e você e os planos que eu tentei esquecer, e eu sei agora que no final tudo vai dar certo.






Tudo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dica.

A vida é muito mais do que essas intrigas e besteiras da adolescência uma amiga falar mal de ti, por exemplo, no futuro não será nada, e tu só criastes rugas em teu lindo rosto, olheiras desnecessárias e perdeste lágrimas por nada, ela não merece e logo mais tu vai esquecer.
Agora se tens um rosto feio e olhos secos, o melhor a fazer é desperdiçar tudo isso e chorar, tu não conseguirás nada melhor mesmo.
Tudo será esquecido.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

J.P./J.A.

Algumas pessoas gostam do caos, da barulheira e da prostituição, dizem que isso é ser urbano, acho que ouvi fanhos dizerem 'Ser-humano' o que tornou o 'Ser-urbano' usual, e a zona foi liberada.
O mais legal das festas é o fim, andar em salas zoneadas e ver a urbanização jogada, o caos dos copos e das garrafas de bebidas, o som ainda ligado e o anfitrião que se perdeu com uma puta no meio do chão e esqueceu de desligar.
E como tem gente carente em meio a tanta festa!
No final, eu realmente só passo para pegar o vinho da adega e ir para a minha casa, aproveitar o campo em meio a tanta cidade, ignorar as buzinas lá fora e sentar em uma sacada olhando a imensa lua sorrir pra mim, talvez seja o seu sorriso, e toda vez que olha pra ela lembra que existe alguém em algum lugar que estará sempre a te esperar.
A taça solitária e os cigarros no cinzeiro marcam todos os dias que eu fiquei aqui, as vezes há mais cigarro do que vinho e mais lágrimas do que sorrisos, as vezes a lua se esquece de aparecer e algumas vezes eu tento esquecer de você.
E como tem gente conformada em meio a tanta carência!


Carência que agora sei
não vale matar se for sem você,
não vale a pena jogar 
porque eu sempre vou perder.

E com você aqui eu posso tudo.
Mas meu medo não te deixa entrar
e grita que eu não sei amar,

Fica o vazio, após o tchau.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ao entrar. [Parte 2 - Ao sair]

"Não foi fácil dizer tudo aquilo", ela me falava enquanto tomava seu segundo capuccino, seus cabelos antigamente da cor de marfim, agora estavam meio avermelhados e caiam no rosto de um jeito legal, eles pareciam dizer o que ela sentia mais do que ela mesma falava, aparentemente não fora tão difícil assim, foi mais um impulso e graças a Deus tinha dado certo, vocês ainda não viram a garota do cabelo marfim rejeitada.
- Mas ao mesmo tempo, Gerard eu não sei como eu consegui, mesmo que só por um dia, eu não sei como tudo aconteceu, e foi engraçado.
- Por que Alice? Pra mim era óbvio que você conseguiria, mas onde está a graça?
- Quando eu desci dessa vez, havia sol e nunca foi assim, era sempre a chuva e os dias nublados que marcavam a minha ida, e eu pensei em desistir no meio do caminho, mas a minha banda favorita começou a tocar dizendo pra eu não desistir uma vez que tinha chegado até ali.
- E você, sempre romântica foi em frente.
- Fui, e não me arrependi. Passei um dia cercada por um magnetismo tão forte que fui obrigada a me controlar para não me entregar aos meus impulsos e nem rir, eu não sei o que acontece entre eu e ele.
- Mas pelo o que eu soube, você desistiu de lutar.
- Sim, e não me arrependo. Lutar contra sentimentos bons não me faz sentir bem, e não fui eu quem começou.
Ela sorriu e tomou outro gole daquele capuccino, senti falta de quando costumava ser o medo dela, o erro e tudo que agora via o "consolo" sendo, é claro que ele era mais esperto do que eu, eu a mandei embora e disse para encontrar outra pessoa, voltei atrás tarde demais, ela tinha encontrado alguém e não falava muito dele, eu recusei o que ele aparentemente ainda está pensando.
- Gerard?
- Sim?
- O que você está pensando?
- Em nada querida, vai querer mais um capuccino?
- Não, está pensando em ir embora?
- Tenho compromissos.
- Você acabou de chegar!
A voz dela estava um pouco mais alta do que o normal e seus olhos tornaram-se grande, senti uma onda de alegria subir, e sorri. Eu era desejado ainda.
- Ando muito ocupado, me desculpe.
- Ta.
Ela abaixou a cabeça e sussurrou, algo com "assim que você me perdeu". Foi como gelo descendo pelo meu esôfago, beijei a testa dela e fui embora, deixando uma nota de vinte reais na mesa.

Seguidores