sábado, 19 de junho de 2010

Olhos.

Os olhos embaçados de lágrimas acusavam o arrependimento de ter feito uma manobra diferente, aqueles olhos  não repararam no homem atravessando a rua.
Olhos castanhos que estavam ocupados demais para notar os esverdeados que a encarava enquanto ela acelerava sem dó para fugir da dor.
Foi tudo muito rápido, notou, bateu, caiu.
Tentou fugir, a adrenalina não deixou, caiu e não respirou mais.
Não era ela que tinha a cabeça ensaguentada, a boca escancarada e os membros em ângulos estranhos, ela não foi lançada longe por uma moto.
Mas reconheceu.

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