quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Sobre um novo ano.

Não adianta tu querer pular ondinha, comer lentilha com os pés longe do chão, usar branco ou algo assim. A mudança de um ano pra outro só significa que nós juntamos 12 meses, colocamos um significado pra eles e estamos dispostos a esperar mais 12 meses dessa vida.
Claro, tu tem que fazer resoluções porque senão não tem mudança de atitude, não tem esse negócio que nos primeiros dias do ano todo mundo liga pro endocrinologista, pra academia se matricula e lá vai!
Então eu agradeço por tudo que aconteceu nesses últimos 12 meses, e espero ter forças pra cumprir minhas resoluções para os próximos, começando por terminar um relacionamento que não da pra levar, depois ligar pro endocrinologista, pra academia...E da-lhe!
Esse ano eu vou passar no vestibular, ter um namorado bala, ver o Inter e o Brasil serem campeões e vou no show da Fresno.
Isso aê.

A hora é agora, BOM 2010!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Desabafo.

Eu preciso colocar a culpa em alguém mas ninguém tem culpa nisso tudo, eu só quero desistir de mais um sonho e dessa vez aprendo que sonhos não servem pra nada além de anestesiar um sonhador, alegrar-lo caso se realize ou entristecer-lo caso acabe.
Talvez não exista um amor puro ou um príncipe encantado e perfeito que vem te buscar quando a rainha está te enchendo o saco, você simplesmente vai ter que aguentar a rainha e casar com um idiota que vai se acomodar com o casamento e perder o brilho depois de alguns anos, alguns filhos, algumas brigas.
Não quero me sentir livre pra tomar minhas decisões e não quero mais amar ninguém porque dói demais.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A curva.

Um dia eu conheci um contador, não era um homem formado, padrão e nem praticava a profissão de contador, a verdade é que ele apenas contava "1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11..."... Não conhecia outro estilo de vida, sua vida era contar desde o dia que aprendera os primeiros números, dormia contando e acordava contando, algumas vezes perdia a conta, mas como era natural recomeçava, por gosto.
Gostava tanto de contar que contava quantas vezes ele recomeçava a sua ladainha.As vezes ele se enganava, dizia que era a centésima mas na verdade era apenas a vigésima, e com o avanço da idade seus exageros aumentaram.
Ao chegar na adolescência o contador percebeu que era diferente, que as pessoas em sua volta não ligavam para contagens e que os números eram usados apenas quando era conveniente. "Que desperdício!" tentou então ensinar seus amigos a contar por diversão.
Ah! Como era difícil! Mas um dia ele conseguiu uma aprendiz, uma curiosa na verdade, que tentou várias vezes contar sozinha mas nunca conseguiu e queria alguém para ajudar-la, mas ela tinha um defeito...Era muda.
O contador tentou de todas as maneiras fazer a garota expressar os seus números, mas nem emprestar a voz dele fazia com que ela contasse, queria fazer mais...Em vez de emprestar a voz a ela, ele decidiu presentear-la com voz que lhe sobrava.
Filho de terapeutas, perguntou a sua mãe como poderia passar a voz dele para a garota, afinal terapeuta é um médico. "É impossível filho, vocês terão que viver do jeito que estão e se caso você pudesse dar voz a essa garota, um dia ela poderia se cansar e então cansar de você, seria um esforço em vão."
E no final, a menina não queria e o garoto, descrente de que poderia haver alguma sorte nesse mundo desistiu de tudo, de contar e ajudar. Decidiu ser músico e morar sozinho.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A hug.

Hoje eu deveria escrever sobre... Saudade, da tristeza de ver alguém indo embora, ou sobre pessoas que mudam a nossa vida e passam pouco tempo com a gente...Mas eu quero falar de outra coisa completamente inversa. É essa alegria que nos da vontade de abraçar não só uma pessoa, mas o mundo todo e deixar um vestígio de paz, uma impressão de felicidade instantânea, um conforto e traz aquele pensamento 'por que não te conheci antes?'. Deve ser porque na nossa vida, passam pessoas, completamente diferente uma da outra e nos mudam, deixando suas pegadas na nossa pele, as tais rugas, que não são trazidas pelo tempo, mas sim pela quantidade de gente que você conheceu ao longo dele. Hoje eu tenho vontade de abraçar o mundo pra sentir todos os amantes que jamais terei porque um só amado tira a chance de todos os outros. E quero abraçar-lo pra confortar velhos, novos e futuros amigos que eu tanto amo e tão longe estão. Hoje eu vou abraçar o mundo... Só pra chegar perto de você.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Esconder.

A estonteante alegria do líquido incolor dissimulava a dor dos pensamentos que a rodeavam, aqueles vomitados a sua volta rodavam e rodavam e rodavam fazendo com que cada gole tivesse mais efeito, expulsasse mais demônios.
E em um momento de rara lucidez, após esse carrossel de gostos e cheiros, ela sentava acompanhada de seu livro e escrevia mais uma frase e mais um pouco do que vivia nesse mundo frio e bruto, que deixa a verdade em sua nudez mais voraz e cruel.
Apagava como um recém nascido que já chorou demais de suas dores, já se alimentou demais do peito materno e não quer deixar o conforto pra trás.

Eu não quero dizer fim.

Ele chega a minha porta de terno e gravata, alinhado e perfeito; com a notícia de que aquele inquilino vai viver mais tempo aqui, os olhos quentes de quem traz humidecem os olhos de quem ouve que a solidão não vai sair e a saudade será constante.
O amor foge pela porta dos fundos de minha casa, deixando rastros para trás, como quem diz que a sua insuficiência é tão grande que ocupa todos os cômodos.
O chão me parece confortável e frio como o que fica, tanto faz o fato de existir mais alguém, a felicidade se escondeu por estar presa ao amor e eu nem pude sentir o gosto de quem me trouxe tudo isso.
Só uma pequena passagem pelos trilhos da dor.

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