domingo, 13 de dezembro de 2009

Esconder.

A estonteante alegria do líquido incolor dissimulava a dor dos pensamentos que a rodeavam, aqueles vomitados a sua volta rodavam e rodavam e rodavam fazendo com que cada gole tivesse mais efeito, expulsasse mais demônios.
E em um momento de rara lucidez, após esse carrossel de gostos e cheiros, ela sentava acompanhada de seu livro e escrevia mais uma frase e mais um pouco do que vivia nesse mundo frio e bruto, que deixa a verdade em sua nudez mais voraz e cruel.
Apagava como um recém nascido que já chorou demais de suas dores, já se alimentou demais do peito materno e não quer deixar o conforto pra trás.

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