segunda-feira, 8 de março de 2010

365 dias.

8 de março de 2009.
Tarde de domingo ensolarada, show da fresno no estância e eu não pude ir, rendi-me ao tédio e a insistência e tomei a atitude que mudou meu ano inteiro.
Enquanto todo mundo comemora um dia no qual eu não acredito, eu comemoro aqui algo que só existe no meu coração e talvez alguém, em algum lugar acordou e pensou "Oito de março...Um ano."

"Nem eu, nem tu, nem ela, nem qualquer outra pessoa desta história poderia responder mais, tão certo é que o destino, como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho. Eles chegam a seu tempo, até que o pano cai, apagam-se as luzes, e os espectadores vão dormir. Nesse gênero há porventura alguma coisa que reformar, e eu proporia, como ensaio, que as peças começassem pelo fim. Otelo mataria a si e a Desdêmona no primeiro ato, os três seguintes seriam dados à ação lenta e decrescente do ciúme, e o último ficaria só com as cenas iniciais da ameaça dos turcos, as explicações de Otelo e Desdêmona, e o bom conselho do fino Iago: "Mete dinheiro na bolsa. Desta maneira, o espectador, por um lado, acharia no teatro a charada habitual que os periódicos lhe dão, por que os últimos atos explicam o desfecho do primeiro, espécie de conceito, e, por outro lado, ia para a cama com uma boa impressão de ternura e de amor:


Ela amou o que me afligira,
Eu amei a piedade dela."

Machado de Assis - Dom Casmurro.

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